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          CASO ILHAS GALÁPAGOS

    As Ilhas Galápagos foram descobertas por azar em 10 de março de 1535, quando o religioso Fray Tomás de Berlanga, então bispo do Panamá, que se dirigia ao Peru em cumprimento de uma ordem do monarca espanhol, Carlos V, foi desviado para as ilhas devido a fortes correntes marinhas. Na crônica escrita sobre a sua aventura, sobre as ilhas inóspitas, o bispo descreve as condições das desérticas ilhas que possuíam tartarugas-gigantes, iguanas marinhas, lobos-marinhos, e muitas especies de aves.

    A origem do nome das Ilhas Galápagos, vem das tartarugas-gigantes que habitam as ilhas, pois suas carapaças são similares as selas para montar cavalos, chamadas em espanhol de Galápagos. As Galápagos foram utilizadas por piratas ingleses como refúgio para esconder-se quando roubavam os galões espanhóis que levavam ouro e prata das Américas para a Espanha. Os primeiros mapas que incluíram as ilhas foram preparados por Abraham Ortelius e Mercator ao redor de 1570. As ilhas estavam descritas como” Insular das Galápagos” (Ilhas das Tartarugas).

    Equador anexou as Ilhas Galápagos em 12 de fevereiro de 1832 no governo do general Juan José Flores, que batizou as ilhas como Arquipélago de Colón. O primeiro governador das Galápagos foi o general José Villamil, que trouxe ao arquipélago um grupo de condenados para povoar a Ilha Floreana, (batizada assim em homenagem ao presidente Juan José Flores que anexou as ilhas) e em outubro de 1832 alguns artesãos e agricultores uniram-se a eles.

    No dia 15 de setembro de 1835, chega em Galápagos o barco de investigação britânica HMS Beagle sobre o comando do capitão Robert Fitz Roy. No meio da tripulação veio o jovem Charles Darwin, que realizou estudos científicos e biológicos em quatro das ilhas antes de continuar sua expedição ao redor do mundo.

    As Ilhas Galápagos foram declaradas como Parque Nacional em 1959, protegendo desta forma 97,5% da superfície do arquipélago. Em 1986 o mar que rodeia as ilhas foi declarado como reserva marinha, UNESCO inclui Galápagos como Patrimônio Natural da Humanidade em 1979, e seis anos mais tarde como Reserva da Biosfera.

    Após ter trabalhado em turismo entre os anos de 2008 e 2015 viajando a Galápagos periodicamente para poder desenvolver produtos para diferentes mercados e viajando por todo o mundo para efetuar a promoção desse lindo destino, por experiência encontrei alguns pontos interessantes no marketing turístico de Galápagos que são:

  • Galápagos é um destino de natureza e único por suas espécies endêmicas
  • Os principais mercados internacionais que visitam as ilhas são: Estados Unidos e países europeus.
  • Equador é o que envia mais turistas, porém grande parte são estudantes de colégios que ficam hospedados em terra e com um gasto muito baixo.
  • Está posicionado no mercado internacional como um destino caro devido a que os cruzeiros de expedição, durante muitos anos tiveram sempre o foco no mercado da América do Norte y Europa.
  • Galápagos é um destino pouco procurado por países da América do Sul devido ao alto custo da viagem porque Equador é dolarizado.
  • Recebe mochileiros que acabam sendo um problema ao não possuir dinheiro para fazer as excursões a outros lados e ficar demasiado tempo no destino.
  • As ilhas dependem quase 100% do turismo, de essa maneira qualquer crise influencia de maneira direta o arquipélago.

Alguns dados interessantes sobre os mercados emissores de turistas para as Ilhas Galápagos são:

  • 85% de todo o turismo é procedente de apenas 10 países
  • 62% de todo o turismo é procedente do Equador (33%) e os Estados Unidos (29%).
  • 43% é o que representa os Estados Unidos em relação ao turismo estrangeiro.
  • 5% é o valor que representa o Reino Unido e Alemanha no segundo posto.

    Podemos concluir de essa maneira que Galápagos foi fortemente afetada pela crise americana de 2008 da bolha imobiliária que afetou a todo o mundo, pela pandemia de Covid que obrigou ao lockdown e também pelos cancelamentos de viagens escolares no Equador. Além da pouca inversão realizada pelo ministério de turismo do Equador para publicitar o destino em outros mercados para deixar de depender tanto dos Estados Unidos e Europa. A única campanha que teve repercussão internacional foi realizada em 2012 como Equador Ama a Vida.